terça-feira, 7 de agosto de 2012

O ETERNO BOLT

As Olimpíadas de Londres (2012) tem colocado histórias encantadoras em evidência. Elas são próprias de disputas desse nível. A China, por exemplo, disputa com os Estados Unidos o primeiro lugar no quadro de medalhas. Outros países despontam com força e muita preparação. O Brasil uma eterna decepção. O que consola – se é que existe esse parâmetro – é o desempenho de atletas individuais que lutam como heróis em meio a tantos outros que recebem apoio incontestável dos seus países. Por aqui em meio à falaciosa Olimpíada de 2016 fica nítida a certeza de que teremos muita desorganização; falta de incentivo aos atletas; desvio de verbas, que não se engane já começou a muito tempo; pouco investimento a longo prazo e uma cultura esportiva mórbida que investe de forma pífia na adolescência e na nossa juventude. Veja uma equipe de basquete americana jogando? Aonde começam os investimentos e o planejamento? Nas escolas e universidades. O Rio de Janeiro em 2016 corre o perigo de ser um fiasco!
Outra face da “medalha” e, essa bem mais reluzente é a saga de um negro da JAMAICA que encanta o mundo com sua ginga, criatividade, humor e profissionalismo. Muitos adjetivos reunidos em uma só pessoa e por que não dizer, no grupo de atletas da JAMAICA. Domingo, 5 de agosto à tarde, o mundo parou para assistir aos 100m masculinos nas Olimpíadas. Dá gosto ver USAIN BOLT correndo. Sobretudo para nós apaixonados pela latinidade, corre nas veias uma alegria sem medidas, ver um atleta de a América Central competir e correr como uma flecha e/ou um raio e eternizar seu nome na memória de milhares e milhares de espectadores. De fato, “BOLT É ETERNO”. BOLT É O CARA.
Extasiado o mundo viu Bolt destronar americanos e russos e tantos outros. A Jamaica de Jimmy Cliff. A Jamaica da superação e da alegria. Por duas Olimpíadas consecutivas Bolt é o primeiro nos 100m. E, sem desprezar nossa capacidade de refletir duas questões se impõem: em que lugar ficaremos no quadro de medalhas? O que esperar para o futuro do nosso esporte olímpico? Será preciso – a nosso ver – muito tempo e tempo de mudanças acentuadas para atingirmos o nível da maioria dos atletas americanos, chineses, jamaicanos, japoneses e outros. Competir de igual para igual, impossível. Talvez o desempenho pífio do país nas Olimpíadas de Londres, reflita a mentalidade “provinciana” dos nossos dirigentes e governantes. Eles na sua maioria são os grandes culpados dessa tragédia esportiva e cultural.
Para nossa juventude, ensejamos uma tomada de posição mais aguerrida no tocante às questões do esporte. Em muitos lugares que passamos ouvimos pais e filhos (as) a dizer, quem dera que estivesse no lugar desse atleta. É quem sabe? Tirar da esquina nossa juventude onde a droga – sobretudo o crack – é soberana pode ser um bom começo. Investir mais em esportes e fazer como Bolt: tornar brincadeira algo tão sério e comovedor.

José Soares de Jesus
Mestre em Ciências da Religião
UNICAP-PE